A cirurgia laparoscópica tem determinado reavaliações de muitos dogmas cirúrgicos. Dentre esses dogmas, está a aparente ausência de íleo paralítico na cirurgia laparoscópica. O objetivo do autor foi avaliar, de maneira experimental, em cães , as diferenças de recuperação da motilidade do cólon após uma colectomia tradicional e uma colectomia videolaparoscópica assistida, determinando ainda as características do íleo paralítico pós-operatório, em cães, após uma cirurgia laparoscópica. Foram utilizados dez cães mestiços, sadios, pesando de 20 a 30 kg, com idade entre 4 e 5 anos. Após uma noite de jejum, os eletrodos foram implantados, através de uma laparotomia, sob condições assépticas e anestesia geral. Cada animal teve implantado oito eletrodos bipolares. Quatro desses eletrodos foram implantados no intestino delgado, e os quatro eletrodos restantes, localizados no cólon, estando o mais distal a 20 cm da reflexão peritoneal do reto. Foi estabelecido um período de dez dias para a total recuperação do íleo paralítico pós-operatório. Após a aquisição de traçados controles, os animais foram randomizados para a realização de uma colectomia laparoscópica ou uma colectomia através de laparotomia. Após uma noite de jejum, a colectomia foi realizada sob condições assépticas e anestesia geral. Após a extubação iniciou-se a aquisição dos dados. A aquisição foi realizada até a completa recuperação do íleo paralítico, de maneira ininterrupta. Nenhum dos animais recebeu analgésicos no período pós-operatório. Não houve diferença entre o final da colectomia e o surgimento do primeiro complexo motor migrante (CMM), no intestino delgado. Com relação ao final das colectomias e o retorno à fase 11, também não houve diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos. Os intervalos de tempo entre as ressecções colônicas e o aparecimento da primeira contração colônica migrante (CCM) não foram estatisticamente diferentes, assim como não foram os intervalos entre o final da colectomia e o surgimento da primeira contração migratória gigante do cólon. Quando relacionamos o final da cirurgia e a primeira evacuação, não houve diferença entre os grupos. O autor concluiu que a colectomia laparoscópica cursa com íleo paralítico, e que não houve diferenças entre os grupos, com relação ao período de recuperação do íleo paralítico pós-operatório, nos cães estudados.
Laparoscopic surgery has gained a wide acceptance, determining a review in many surgical dogmas. One of those dogmas is the apparent lack of postoperative ileus. The patterns and lhe difference between laparoscopic assisted colectomy and the traditional open colectomy, of colonic motility were determined experimentally. Ten, healthy, dogs, weighting 20 to 30 kg, were instrumented with bipolar electrodes. Each animal was instrumented with 8 bipolar recording electrodes, 4 on the small bowel and 4 on the colon. Dogs were allowed to recover for ten days, when baseline myoelectric recordings were obtained. Then, the dogs were randomized to open or laparocopic colectomy. Operations were carried out after an overnight fast, under sterile conditions and general anesthesia. Myoelectric recording resumed immediately following operations and was continued until the complete resolution of lhe postoperative ileus. None of lhe dogs received analgesics. There were no significant differences between the groups regarding the end of the colectomy and the first Migrating Myoelectric Complex (MMC), the end of the colectomies and the return of the phase lI, the time division between the end of the colectomies and the first Migrating Colonic Contraction, the end of the colectomies and the first Giant Migrating Colonic Contraction, and the relation between the end of the colectomy and the first evacuation. The authors concluded that laparoscopic assisted colectomy produces postoperative ileus and there was no difference between the groups, relating the period of time of recovery from postoperative paralytic ileus.